sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

... O AMANTE INVISÍVEL- parte 3


Chegou em casa à noite. Dia longo de trabalho. Alguma alegria. Riso. Política. Educação. Ligação da mãe. Visita de uma jovem amiga. E aquele desejo, nos biquinhos dos peitos. A vulva, uma flor molhada. Uma incrível sensação de incompetência afetiva. Era ainda uma bela mulher, com já a descrevemos. Perna grossa e muito peito. Olho cor de borra de café, de personalidade doce. Furtiva, calada, na dela. Boca carnuda de mestiça, que dá vontade de beijar, tirar seu batom vermelho. Síndrome da Vera Fisher, linda e sozinha.
Resolveu, comendo uma maçã, e usando uma toalha colorida com flozinhas, como saiu do banheiro. Usar o computador. Procurando por ele, levada somente por aquela emoção dona de si mesma. Irmã gêmea da falta de dignidade. Olhou a página de recados dele. Quantos recados femininos. Um monstro assassino começou a crescer dentro dela. Seu ciúmes Thánatos, impulso de morte, lhe fez lembrar um livro da década de setenta, O Colecionador. Então sentiu vontade de espetar com alfinetes, uma por uma daquelas mulheres, como se espeta borboletas numa coleção, deixando-as imóveis, presas, numa caixa de vidro, penduradas numa parede. Seu lado cristão queria a outra face das outras para esbofeteá-las. Gostou dessa sensação de pervesidade.
Dormiu sem calcinhas, enrolada num grande lençol branco.
Sonhou com Tarzan, que a beijava tanto que lhe inchavam os lábios. E ao mesmo tempo tinha que ser amiga da Jane, uma branquinha, educadinha, chata. Falando sem parar. Insegura. E ela comendo o Tarzan, encima de folhas de bananeiras. Ela sempre por cima. E o Tarzan tinha uma "mala" enorme. Beijando sem parar. Acordou no mesmo horário, seu amante leão havia chegado.







Nenhum comentário:

RÊ BORDOSA

RÊ BORDOSA
TUDO DE DOIDA!

Quem sou eu

Minha foto
Teresina, Nordeste...Piaui, Brazil