quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Confissões a pedido: O AMANTE INVISÍVEL


Nossa heroína macunaínica, depois do roubo do namorado virtual pela mulher de nome brega, que mandava scrap meigo para ele, aquele bunda branca, mordia-se a pobre carente de quarenta anos. Chegou do psiquiatra, da yoga, da acumputura pior, pior e pior. Pelo menos se fumasse, bebesse... tomou um floral para deixar de amar. Era isso mesmo que estava escrito no vidrinho, ou não? Serve. Tomou e deitou-se insone e insone sonhou que era mãe de gêmeas Mary Jane e Lois Lane, elas não iriam sofrer, com aqueles nomes. Teriam namorados super heróis. Nenhum bunda branca. Bunda masculina, gostosa, onde ela cravava as unhas na hora do amor enlouquecida... não estava mais ali. Mas o cheiro dos restos de pele dele, sob suas unhas eram irremovíveis de sua memória.
Ás cinco da manhã, acordou do seu sono acordado, sentindo um peso sobre seu corpo. Insustentável leveza do ser, de Kundera, finalmente entendera ... insustentável e ao mesmo tempo leve porque era fruto da sua imaginação, da saudade, do desejo enlouquecido, que lhe ardia entre as pernas e lhe acendia os bicos dos peitos. Aí, gemeu, o barbudo, um tanto fora do peso, careca, com o maldito sorrisinho tarado e adorável. Adorável Oblong havia voltado... Aí entendera como aparecem os amigos invisíveis das crianças.

Ora, o que esperavam que o barbudo gostoso parecesse com algum sarado quarentão global? José Mayer, duas novelas atrás, seu espiríto devoté, não tinha preconceitos. Só amor, lúxuria pelo diferente. Separada, solteirona, abandonada, a-bon-do-na-da. Estima no chinelo, professora de cara amarrada, boca azeda de quem não beija faz tempo, nem sente o doce do amor. Esse bem subjetivo tão extremamente necessário. Ela estava delirante. Não desejava conselhos, mas convidava a própria loucura para entrar em sua casa. Há alguns dias recebia a visita dessa mulher sorridente: juntas, quietinhas, como crianças traquinas recortaram de revistas pornográficas, fotos de homens belíssimos, ou até feios, mas todos nús, e colaram dentro das portas do guarda-roupa. Sorriram. Agora sim, tenho homens escondidos no armário, pensou nossa solitária.

Nenhum comentário:

RÊ BORDOSA

RÊ BORDOSA
TUDO DE DOIDA!

Quem sou eu

Minha foto
Teresina, Nordeste...Piaui, Brazil