terça-feira, 18 de março de 2008

SONETO DO AMOR TOTAL


Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amiga e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinicius de Morais


"Os teus olhos são frios como as espadas,
E claros como trágicos punhais,
Tem brilhos de metais
E fulgores de lâminas geladas."
Florbela Espanca (Frieza - Livro de Soror Saudade)


"Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços...
São os teus braços, dentro dos meus braços:
Via-láctea fechando o Infinito!...
Florbela Espanca (Versos de Orgulho - Charneca em Flor)

"Teresa está imóvel, enfeitiçada diante do espelho, e olha seu corpo como se ele lhe fosse estranho; estranho, mesmo que no cadastro dos corpos ele lhe pertença. Dava-lhe náuseas. Não teve a força de tornar-se, para Tomas, o único corpo de sua vida. Ela foi enganada por esse corpo. Durante uma noite inteira sentiu nos cabelos do marido o cheiro íntimo de outra mulher!
Da bíblia (já citada várias vezes)

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RÊ BORDOSA

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