terça-feira, 3 de novembro de 2009

SAUDADES DO AMOR

Maria da Conceição lembra vagamente de um vestido branco, uma roupinha da juventude, que se ajustava a sua cintura quando ainda era magra. Uma sandália preta de pelica bonita e confortável. E entre essas lembranças materiais há um romance da juventude. Uma saia preta com rosas vermelhas saindo como se pegassem fogo e uma blusa branca de organdi, amarradinha na cintura, por dentro da blusa um sutian-blusa de renda, numa transparência permitida apenas às mulheres muito jovens e mais outro romance e outros tantos perdidos na sua memória namoradeira.
Não, não sentia saudades destes homens com a nostalgia de amores perdidos. Não queria a nenhum deles de volta.Foram histórias que passaram, bem vividas, sorvidas até a última emoção.
Sentia saudades de um amor, que ainda era um ideal, em meio a algumas desilusões. Seu coração nesse momento é como uma terra fértil, naquele momento apenas estava seca, túmulo de plantas mortas, mas às primeiras gotas de chuva, floresceria novamente.
Estava feliz e calma. O sol inclemente dos últimos meses do ano no sertão cederiam espaço aos meses chuvosos de mais um início de ano. Seu coração iria parir novamente.
Um homem jovem bonito, com um imenso sorriso lhe causa medo. Pânico. Lembra da chuva aguardada. Mas ele é a própria tempestade. Fica quietinha dentro de casa, enquanto aquele deus do tempo, que faz chuva, vento, trovoadas como se brincasse, está lá fora para agarrá-la e fazê-la muito feliz. Está meio tonta, indecisa. A tonta.

sábado, 24 de outubro de 2009

CARTAS AO CORONEL III

O medo medonho toma-lhe as entranhas. Medo de si, das emoções incontroláveis.Lembra do coronel. Seu olhar protetor. Mãos em suas mãos. Olhos azuis e suaves como mar calmo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

CARTAS AO CORONEL II

Depois dos quarenta, mulher do século 21, fazendo yoga e acupuntura. Um tarja preta de plantão, faltando às caminhadas de final de tarde por total falta de tempo. A vida corre como o vento, aparecem as rugas, livros vão se empilhando na estante. Cada um comprado com a maior voracidade de leitora apaixonada... nada, metade ficam abertos ainda no início e nunca há tempo, para o retorno a leitura. Pena. Descobriu que precisa de tempo para amar!
E assim espera o amor, como a caatinga espera as primeiras chuvas. A caatinga cinzenta ressuscita totalmente verde. O milagre anual, acontece apenas por alguns poucos meses. Mas a vida que pulsa é tão forte e tão bonita que podemos comparar ao a carnaval. Vida multi - colorida e efêmera. Mas vida. Assim espera o amor. Para viver o hoje. Espera o amor com sua juventude, seu cheiro misturado com alegria.
O amor chegará pela madrugada, sem fantasias, talvez não goste de poesia (ou apenas aprecie o belo), trará um sorriso alvo e grande. Terá mãos grande e ágeis e um membro rijo, impaciente com palavras desnecessárias.
Não verão a lua. Talvez uma música, uma bebida. Sem palavras senão as invísiveis feitas de gestos, de intuição amorosa. Ela o quer dentro dela há muito tempo. Ele desde que descobriu o desejo dela.
O amor cheira a flor de laranjeira. Incenso para atrair harmonia e proteção.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

CARTAS AO CORONEL


Via e ouvia, mas não acreditava. Negava-se. Quantos anos estão juntos nessa relação de corpos separados. Juntos por tesão, por ocasião. Quando a outra viaja, vai para casa de parentes, cansada carregando malas e filhos. Sempre sentiu uma certa pena desta mulher comum e inveja do seu sorriso comum e prazeiroso, de quem nem imagina o que seja o aquecimento global, crise financeira mundial, globalização da economia. A mulher comum nem sequer entende de cinema.

Quantas vezes o deixou por causa dela, a do sorriso fácil. Nas duas vezes que engravidara. E agora estava ali, vivendo enredo de novela. O segundo filho não era dele? Comentários? Verdade ou mentira.

Doia um pouco. Uma dorzinha incômoda entre agradáveis lembranças de carinho.

Setembro faz muito calor, dezembro chegará logo. Ela, calma e soturna planeja uma viagem distante. Será bom. Imagina, guardando dor e lembranças nas malas novas para viagem.

sábado, 1 de agosto de 2009

31 DE JULHO: DIA DO ORGASMO


Há duas "literaturas" de internet que não fazem minha cabeça: esoterismo e artigos de revistas femininas, os esoterismos são exagerados para parecer verdadeiros e os artigos são escritos de propósito para mulheres que quem escreve julga burrinha e fútil. Mas num desses vacilos sem fazer nada, morrendo de preguiça, li sobre o dia do orgasmo. Fiquei excitada. Vida sexual "muito" agitada... na imaginação.
Então lembrei do ex namorado de vários anos atrás, que algumas vezes que a esposa viaja me liga, e diz sempre a mesma coisa: Quero beijar tua boca e chupar tua vagina. Usa uma palavra mais do senso comum. Não quero reproduzí-la, dita por ele é agressiva. Não o amo. Com certeza pareceria poesia dita por outro, que toma minha imaginação e me possui como um espectro ectoplasmático. Quase físico que deixa no meu corpo seu cheiro de homem que bebe.
Não, não estou disponível, embora pareça tentador_ meu corpo responde. A fêmea da espécie hoje que ser abraçada. Dispenso até a chupada. Preciso urgente de abraços, de encontro, de cumplicidade, de sorrisos. De olhar para meu homem e o achar lindamente bobo.
Acontece orgasmo afetivos e extremos, sem ejaculação?

domingo, 12 de julho de 2009

CARTAS A ELIANE

Prezada amiga. Não a conheço, imagino que está numa prisão não deve ser agradável. Perdoe-me se falo bobagens. Somente procuro palavras para ser solidária com sua situação. Repreenda-me meus erros.
Matar por amor... procuro não fazer julgamentos. Nada entendo de Direito e não tenho muito interesse, confesso. Desculpe, mais uma vez, se pareço egoista. Escrevo-lhe pela segunda vez atrás de entender uma faceta da alma humana, do comportamento humano civilizadamente construído em séculos de condicionamentos de regras morais, sociais, religiosas, etc.
Contastes-me sobre o dia do crime. Ele a havia deixado por outra, mais feia, mais rica, mais sorridente. Até então um casamento feliz para você. Doze anos? Ou mais? Sem filhos. Você mulher culta, pós graduada. Entre surpresa e sem acreditat naquela nova realidade. Casa de solteira novamente. Um homem maravilhoso na cama, foi embora sem uma briga. Cama vazia pelos primeiros três meses. Uma viagem poderia fazer bem. Mas antes de viajar, soube que a outra estava grávida. O próprio, imensamente feliz ligou para dar a notícia. Viajou e derramou mais lágrimas que o mar que via da janela do hotel. Compra uma arma naquela cidadezinha.
E durante a viagem breve de volta, quanto mais lembra da felicidade dele, mas vontade tem de matá-lo. Ele não verá o filho.
Diz que ainda o ama. Que quando sacou a arma num tiro certeiro no peito dele, morreu também pela segunda vez. A primeira foi quando ele anunciou a separação e o amor por outra pessoa. Como? Como? Ainda o ama e ainda não o perdoou. Diz-me que a prisão é um bom lugar para quem não quer viver. Nem sequer é um vegetal.
Não entendo... e nem tenho ou quero dizer palavras ocas.
Por favor, fique a vontade e continue a me escrever.
A amiga
Teresa Martins

terça-feira, 7 de julho de 2009

SOU EU!


Pelos campos em fora, pelos combros,

Pelos montes que embalam a manhã,

Largo os meus rubros sonhos de pagã,

Enquanto as aves poisam nos meus ombros...


Em vão me sepultaram entre escombros

De catedrais duma escultura vã!

Olha-me o loiro sol tonto de assombros,

E as nuvens, a chorar, chamam-me irmã!


Ecos longínquos de ondas... de universo...

Ecos dum Mundo... dum distante Além.

Donde eu trouxe a magia dos meus versos!


Sou eu! Sou eu! A que nas mãos ansiosas

Prendeu da vida, assim como ninguém,

Os maus espinhos sem tocar nas rosas!

Florbela Espanca



Enfim... meus fiéis versos de Florbela me confortam e são porta-vozes da minha solidão. Do meu amor que como terremoto leve, ainda abala e assusta as terras do meu coração.


domingo, 5 de julho de 2009

A FRANCESA MAIS AZARADA DO MUNDO!


Este seria o título de um conto que rabisquei em 2003 quando uma francesa branca, de longos cabelos, parecem-me levemente ruivos me fez um imenso favor. Conheceu meu ex-marido, um músico extremamente noturno, no carnaval daquele ano e um ano depois levava-o para França.
Atravessar o Atlântico e levar meu ex como grande amor. Sem nenhum sentimento de vingança, juro, é muito azar! Para mim, muita sorte. Não aceito devolução, foi escrito no pacote. Mas a verdade é que passado superado, o título é só provocação.
Este texto é somente para elogiar as mulheres francesas, essa coragem! Conheci hoje, através da imprensa, que cobre a Festa Literária de Paraty, Catherine Millet, a libertina moderna, "serial lover". É uma famosa crítica de arte parisiense, especialista em Dalli, com vários livros publicados sobre artes e de repente aos 54, publica um livro sobre sua vida sexual, bastante agitada. Essas francesas são demais. Li Simone de Beavoir e decidi perder a virgindade, sem namorado fixo. Sai escolhendo. Ou era do meu jeito, ou não era. Foi, com um príncipe engenheiro baiano.
As loucas são fantásticas: Camille Claudel, escultora das mãos, seu talento, sua coragem e a intensidade do seu amor. Thérogne de Méricourt, a "amazona" do século das luzes, militante da revolução, mundana, morreu como Camille dentro dos hospitais franceses para loucos.
Um aplauso, femme.


domingo, 31 de maio de 2009

ALGODÃO MOLHADO

Releio trechos do suave e poético Ulisses entre o amor e a morte de O. G. Rego de Carvalho e lembro de uma crônica escrita por um amigo sobre a Barragem dos Algodões. Nunca vi muitas coisas, dentre elas uma barragem. Mas imaginar um lugarejo há quarenta anos atrás, a vida das pessoas, sonhos e em que elas se transformaram. A mudança radical da paisagem com a construção de uma barragem há nove anos atrás, e agora o desastre de varrer uma cidade. É apocalíptico.
Meu amigo, de olhos levemente azulados morde o lábio, é emoção, perda, o quase inacreditável. Suas lembranças da infância não tem mais "território" senão em suas mente, nas mentes dos amigos ao trocar seus espantos com a situação.
Digo a ele que publique seu texto emocionado. Dá um sorriso de modéstia, perdendo sua formalidade de homem respeitado na hierarquia de homem da caserna.
As nuvens de algodão costumeiras nas manhãs luminosas de maio, nos traem, escurecem-se e continua a chover. Temos medo.

domingo, 24 de maio de 2009

LAGARTA SENSUAL

A mulher dos quarenta e poucos e a vida sedentária-sexual-afetiva. Filhos crescidos, fazendo muito sexo. Ela come melão na salada de frutas. Quantas crises depressivas nos últimos três anos? Pensa, levando a colher a boca. Mordisca a uva junto aos pedacinhos de maçã e sente o gosto do creme de leite. Prazer, e come compulsivamente.
Suspira, arde-se. Não se olha há tempo no espelho de corpo inteiro. Gorda, vergonhosamente gorda.
O rosto ainda guarda um resto de suavidade feminina, um tanto sexy. Uma forma de olhar e caminhar. Não percebe que alguns homens a olham. A comeriam facilmente, sem compromissos e aborrecimentos para eles ou para ela.
Pena, que se comporte como uma lagarta que voltou para a crisálida. Depois de rebolar na areia quente, sua barriga que parece bunda. Uma lagarta verde, gorda, de pé de siriguela.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

DESENCANTO


Depois dos quarenta e uns algumas coisas perdem o sentido. E outras vão se significando. Minha filha me acha gorda e diz que não quer ter peitos grandes, acha feio. Imagina, o preço dum peito do tamanho do meu. Criança! Mostro a ela fotos dos meus vinte e poucos, da gravidez e depois de ter parido e ser uma mulher comum. Não sou atriz de novelas, elas precisam investir na aparência, para continuarem a manter papéis de protagonistas. Eu não sou nem a amiga da amiga da mocinha.

No máximo uma aparência saudável e um jeito de mulher fogosa já me é suficiente. Mesmo que a parte do "fogosa" seja meio representação. Mas se colar, colou.

Quanto a leitura, tenho a impressão que já li tudo que se diz científico na área das ciências humanas. Talvez precise voltar a literatura. Acho que não li Clarice Lispector o suficiente para dizer que a conheço e alguns clássicos russos que sempre fiquei adiando. Quem sabe a Antropologia, principalmente das religiões. É um interesse antigo.

Incrível como não consigo aceitar novos namorados, continuo namorando sem está enamorada, antigos namorados, apenas por confiança. Porque já os conheço, suas qualidades e fraquezas e principalmente porque eles vivem na segurança do amor de outras mulheres. Isso me deixa tranquila. Não tenho tempo mesmo e nem muita saúde.

Caramba... depois desse parágrafo, descobri urgente que preciso relaxar, ler urgente as supersoluções do divã da revista Cláudia. Nada me resta.

sábado, 28 de março de 2009

TRAÍDOS PELO DESEJO

Então dona Helena, mulher magrinha, de olhos verdes e olhar sofrido, entrou para limpar minha sala. Corrijo provas. Adoro falar em homem, puxo conversa. Ela vai esvasiando os cestos de lixo, recolhendo papel. Solta o esfregão, dar um suspiro e conta sua história, num desabafo já sem dor. Chegara em casa do trabalho mais cedo que de costume. Vozes sussurradas vinham do quarto. O marido nu, dava gritinhos, sendo penetrado por um vizinho. Sua entrada no seu quarto, na sua casa interrompeu a curra do fim de tarde.
Ainda bem que os dois filhos ficaram com outras crianças a entrada da casa. Desejou ter uma arma e matar os dois, como fazem os homens com mulheres safadas e seus amantes. Não desejou morrer, mas não havia mais chão, espaço, vida, lar...
__ Professora, continuo gostando de sexo, mas não gosto do homem.

MEMÓRIA DA PELE...

Fome que há de ser sempre fome
que não pretende ser luz na escuridão.
fome que empacota meus vazios
e deixa a lembrança de outra canção.

fome de tudo que não fazia sentido,
e hoje é celebrado em silêncio
do gosto do gozo há muito esperado
da tua mão em meus segredos.

fome de estar com você,
cozinhar pra você,
dormir com você
fome de te esquecer.
(fragmento)

Nilo Neto

sexta-feira, 20 de março de 2009


Lá estou eu diante daquela foto dele. Abalada. Ele sorria na pose, e olhava para baixo.Levemente olhava para baixo. O click do fotógrafo pegou em cheio um sorriso largo. Uma doçura talvez verdadeira. Usava uma blusa azul, uma polo azul. Guardei rápido a foto, antes que ela me assaltasse o fígado, os rins... porque o coração; o próprio há muito fatiou e comeu numa bela bandeja burguesa com talheres de prata. Quem liga?

Ninguém liga. Todos os dias acontecem canibalismos amorosos.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

DESAPARECIDA ( A DOIDA SUMIU!!!!!!!!!!)


Doente mental, 42 anos, saiu de casa em 02 de dezembro de 2008. Disse que ia ver um namorado em outro estado. Usa uma roupa indiana cara. Queria impressionar o tal rapaz. Também cortou o cabelo para agradá-lo. Bom que agradou a si mesma. Logorreica. Intelectulóide. Se alguém cruzar com esta figura. Avisar a filha surda Camille Claudel. Por email, carta ou mensagem no celular.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

TE AMO ARANHA!

Um dia foi ver sua mulher, e disse-lhe que queria tornar a se casar.
Marie-Claude balançou a cabeça.
__ Se nos divorciarmos, nada vai mudar. Você não vai perder nada, deixo tudo para você!
__ Para mim dinheiro não conta _ disse ela.
__ Então, o que conta?
__ O amor.
__ O amor? - Espantou-se Franz.
Marie-Claude sorriu: - O amor é um combate, vou lutar por muito tempo. Até o fim.
__ O amor é um combate? Não tenho a menor vontade de lutar - disse Franz, e saiu.

da Biblia ( e odeio travessão).

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

FELICIDADE CLANDESTINA

Sei que tua correnteza não tem direção. Mas embarcaram por estes mares outros marinheiros, de outras épocas. Todos buscam encontrar no final da travessia seus portos seguros. Particulamente a esta altura da vida, me basta a aventura da viagem...

domingo, 11 de janeiro de 2009

PALESTINA: somos todos nós!

Massacre em Gaza/2008

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

UM BUKOSWSKI DE PRESENTE DE ANIVERSÁRIO


[...] Ressaca é sempre melhor que hospício.

domingo, 4 de janeiro de 2009

SEGREDOS 2 (DIFÍCIL DE SER AMADA)


Achei melhor não sair de casa. Minha Obá continua ressentida, brigando com os homens. Resolvendo tudo a facão. Não sei quando passará. Uma tristeza mansa, antiga volta ao meu coração.

Raramente pergunto, não tenho algumas respostas, mas no momento em relação a homens tenho desconfianças. Medo, eu afirmaria. É preciso ter paciência consigo mesma. Já plantei rosas, demoram um certo tempo para que apareça o primeiro botão. Não custa esperar. Pintar a unha de vermelho, usar maquiagem, conversar com jovens amigos. Sorrir do tragicômico. Enquanto um novo amor não vem. Um amor pintado de novas cores.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

SEGREDO DE LIQUIDIFICADOR


Uma dose diária de amor, mensal, bimestral... não sou tão exigente. Exijo é o máximo de qualidade desse amor. Imetro, mesmo. Senão não vale a pena. O altruismo alimenta, a amizade (graças a Deus tenho muitas) sustenta e ajuda levar a vida. Fiquei mal acostumada em ser bem-amada. Um bom amor é aquele que sonha e constrói o sonho, realiza. Saudades de "meus repousos", voltava de minhas guerras, minhas batalhas e lá estavam os braços doces. Já tive tantos... ando precisando urgentemente enamorar-me, antes que amargue. Fique feia, veja somente o lado feio do mundo.
Ando com minha Obá revoltada espantando os homens. Brigando, humilhando-os. Coitados, olham pros meus peitos, sentem vontade de me derrubar. Então espezinho-os. Não há guerreiro a minha altura. Gosto mais de minha Calipso, apaixonada, bondosa, nada falta a meus amados e só briga (briga feia, de não deixar nada em pé) por ciúmes. Mas depois se chega. Nêga dengosa. Oferecendo doces, flores e mel. Gosto de está regida por ela.
Pena. Alguns ciclos precisam ser fechados. Para nós mulheres sacerdotizas, os parceiros nos são dados e apenas ficam enquanto cumprem seu papel em nossas vidas. Alguns terão nosso amor eterno. Não nossas vidas e nem nossos corpos.
Mas para que nosso trabalho no bem se realize com precisão e perfeição, é bom o amor. E ele sempre virá.

RÊ BORDOSA

RÊ BORDOSA
TUDO DE DOIDA!

Quem sou eu

Minha foto
Teresina, Nordeste...Piaui, Brazil