Pelos campos em fora, pelos combros,
Pelos montes que embalam a manhã,
Largo os meus rubros sonhos de pagã,
Enquanto as aves poisam nos meus ombros...
Em vão me sepultaram entre escombros
De catedrais duma escultura vã!
Olha-me o loiro sol tonto de assombros,
E as nuvens, a chorar, chamam-me irmã!
Ecos longínquos de ondas... de universo...
Ecos dum Mundo... dum distante Além.
Donde eu trouxe a magia dos meus versos!
Sou eu! Sou eu! A que nas mãos ansiosas
Prendeu da vida, assim como ninguém,
Os maus espinhos sem tocar nas rosas!
Florbela Espanca
Enfim... meus fiéis versos de Florbela me confortam e são porta-vozes da minha solidão. Do meu amor que como terremoto leve, ainda abala e assusta as terras do meu coração.
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