domingo, 28 de dezembro de 2008

CARTAS


Caríssima Frida,
Boa amiga que és, precisa saber de mim. Calma, tenho estado bem serena nos últimos cinco dias. Parece que finalmente incorporei meu principal papel, onde há vários anos sou protagonista, a de jabuti escondidinha. Paz, quase felicidade (se não fossem ainda algumas incômodas lembranças), dentro do meu confortável casco. Foi bom sair dele após tantos anos. Foi como daquelas vezes que os amigos ficam me cobrando ou estimulando para fazer coisas e as vezes me dou bem, outras vezes me ferro toda. Sem novidades, sabemos nós duas.
Não tenho metade de teu talento e ousadia, querida! Claro que não sou nenhuma coitadinha, prefiro manter a auto-piedade de lado. Tentar encontrar em situações difícies que passo minha contribuição para o desfecho dos fatos. Ho, claro sempre me deparo com meu pavio curto. Mas juro que não há como encompridá-lo, rsrs. Penso que não já pegou fogo! Tenho aprendido algo sobre julgar meu comportamento positivo ou negativo, sem culpas, apenas para compreender minhas relações com os outros, lendo Dalai Lama, budismo para leigos, interpretado por terapeutas. Excelente fórmula. Diria que é o que há de melhor em literatura de auto-ajuda.
Como vai Diego? Sua coluna curou. Percebe-se. Estás bem bonita neste vermelho.
Abraço bem apertado, desses cheios de saudades mesmo, "miga".
Fica bem

Macondo, final de 2008

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

LUTO VERMELHO: briguei, separei, fui ao cinema. Não entendi o filme...


Só quero esquecer. Dormir e amanhã lembrar menos."Colar" a casca na ferida. Não lembrar nem de bem, nem de mal. Perceber tudo como um sonho antigo, desfigurado. Miseravelmente sem valor, moeda velha.


[...] A nossa (separação) se colocaria da seguinte forma: o que acontece com os dinamismos psíquicos e as forças defensivas, quando a separação forçada e "súbita" dos amantes se efetua mediante um "esforço de vontade" e por "razões objetivas", no momento máximo e talvez aparentemente único das relações amorosas? A separação lenta que se segue ao "distanciamento mútuo" é um longo processo, comparável a uma doença crônica e caracterizado por uma fricção mútua que encontraria sua expressão social no divórcio. Em nosso caso, pelo contrário, trata-se mais de um doloroso processo abortivo no qual o verdadeiro "afastamento recíproco" e o esquecimento daí decorrente ocorrem somente depois que a desesperada separação se concretiza.


[...] " a separação é pior do que a morte porque significa, em vida, uma capitulação diante da morte." Quando a repressão não é muito profunda, os dois sabem que viverão um sofrimento horrível; mas também um sofrimento breve, pois sabem que cada qual irá esquecer o outro. Trata-se da presença da morte na e da consciência. Há uma sentença de morte recíproca. Na medida que a condenação se cumpre na própria consciência do outro, a sentença de morte do outro significa decretar a morte de si próprio. O outro morre em vida, mas morre dentro de mim.

... A sentença foi igualmente pronunciada em relação a mim; eu também morro na consciência do outro - e essa sensação será tanto mais intensa quanto mais possessivo for o amante que pede: "Não me esqueça, por favor!" Apesar de que ainda vivo em meu corpo, sou um cadáver no outro, naquele ser que me amou e a quem amei. Os dois seres não perderão a memória, é verdade;mas a "recordação" que ainda persiste tornou-se uma pequena múmia. O esquecimento é a primeira grande defesa contra a própria morte. Mas significa também um homicídio em nome da vida e o suicídio da consciência.

A Separação dos Amantes: Uma fenomenologia da morte

Caruso, Igor A. Ed. Cortez, 5 ed. 1989


As amigas solidárias concordaram comigo. Feia, a outra era feia. Conversei com ela, as amigas temeram pela sua aparente fragilidade. Mas se ele não estaria peocupado, porque eu, velha feminista corporativista, mas cansada e com vontade de fazer sexo... me preocuparia naquele momento. Fiquei pertinho da humilhação viva e não senti que aquela criatura tivesse sangue de animal quente. Perdi para o bicho do Kafka. O terapeuta me olha preocupadíssimo, com meus desejos assassinos. Lembre-se és devota de Santa Teresinha, adora distribuir rosas. Depois, bem gay ( é gay meu terapeuta), o amor é seu, meu bem. Não é dele. O perdão é seu, não é dele. Esqueça, esse ressentimento resseca a pele, faz mal a alma. Traz mal vibrações, diz a orientadora espírita, embaça sua intuíção para o trabalho no bem.

Sinto-me mais tranquila. O cadáver ainda não entrou em decomposição. Só aquele cheiro de flores de velório ainda não me saiu das narinas. Mas se pudesse apagar a memória, trocar de chips, mandar formatar novamente. Parar de sofrer, tão miseravelmente. É miserável nutrir sentimentos por certas pessoas. Porque é somente o que são e o que carregam do mundo e o que espalham: suas próprias misérias. Alguém que acredita em vida, beleza, felicidade, paz, harmonia mesmo não precisa passar por quaisquer coisa causada por estas pessoas. Elas trazem a dor em seus atos, pensamentos, palavras. Não dão chance a vida.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

VERDADES QUE SE DESCOBRE TARDE DEMAIS: NO SURTO!


Só se pode viver perto do outro e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.(Guimarães Rosa)

sábado, 20 de dezembro de 2008

A CALCINHA LILÁS VIRGEM (2)


"Procura-se um amor, essencialmente deve apresentar as seguintes características: não pode ser de mentira do tipo "ficar", procura-se um amor de verdade daqueles que voltam todos os dias, daqueles que são lembrados e que se lembram, daqueles que às vezes mesmo longe se fazem perto... Daqueles que vem pra fazer historia e dividir memórias!Procura-se um amor amigo e compreensivo, um amor solidário e presente... Mas veja bem!!! Não se aceita aquele amor que já vem doente, egoísta, desconfiado e ciumento... Nada daquilo de apagar e nem lembrar o passado... procura-se um amor que se apresente de peito aberto, bem trajado e humorado, pronto para o que der e vier, pronto pra ser correspondido, pronto para ouvir e ser ouvido.Procura-se um amor carinhoso, mas honesto e justo também, um amor que saiba falar e saiba calar, um amor que saiba dar "chacoalhões" e incentivos, um amor que caminhe junto do meu, que abra os olhos para o perigo e que navegue junto nas fantasias, que saiba dividir as tristezas, compartilhar as alegrias, que siga por toda a vida...Procura-se um amor valente, capaz de lutar na adversidade, um amor que não se entregue nunca, que saiba se impor, mas que seja humilde o suficiente para reconhecer seus erros e excessos, livre e disposto para aprender por todo o caminho...Enfim, procura-se um amor de sonhos disposto a ser real, que "dure o tempo suficiente para se tornar inesquecível", que seja intenso e eterno, que seja um amor de verdade!"



QUARENTONAS SOLTEIRAS PROCURAM...

Esse texto me foi enviado como mensagem por uma amiga de cinquenta. Lembrei da adolescência, numa época sem blogs, se compartilhava em cadernos de confidências. Mulheres e homens se buscando. Ontem uma amiga na mesa de bar me falava desse modelo de companheiro que ela ansiava, jovem avó, independente financeiramente, queria alguém não para bancá-la, mas para dividir um cinema, um bom papo, um show, uma pequena viagem. Um oásis nesse deserto de solidão dos filhos crescidos, de sabedoria acumulada através dos anos. Queremos o homem aranha. Sair por aí, penduradas em suas teias.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A CALCINHA LILÁS VIRGEM

Meu coração, minha vulva, minha alma, meu braços roxos por abraços, por carícias., mas sem carências... É preciso reconstruir o espaço do amor novamente, as águas levaram em Santa Catarina. Já não sonho mais com aquele amor. Sua pele invisível agora é impossível de ser imaginada. Convenções de raça e classe às vezes são intransponíveis. Pena. Mas às vezes também, perder é ganhar. Acho que compreendo essa sentença agora. Que nossas chuvas do sertão me traga um novo amor. Gosto de está apaixonada. Nada falta a meus amados. Amanhã vou para um concerto da nona de Bethoven, fiz maquiagem ontem, fiquei bonita. Afinei sobrancelha e alonguei, quero ficar parecida com Angela Davis. Descobri uma nova página na net, Cultura e Humanismo, onde estou me divertindo e treinando os neurônios, relembrando os teóricos da escola de Frankfurt. Pós-modernos, me torcerá o nariz, Patrícia Andrade. Não tenho mais patrulha ideológica. Mas não desisto de escrever o "ensaio", Nietzche morreu: Graças a Deus. Comprei mais três livros dele. Uma hora nós nos acertamos. O ateismo ressentido de nietzcheano e seus padrões de estética burgueses ou o ateismo sartreano e a existência para o outro, no engajamento?Seus adeptos me jogarão bosta na Geni. Humor oscilante, deprimo e fico feliz.Aproveito os momentos de felicidade e corro o máximo da depressão com o estoque de pensamentos positivos, coloridos, auto-estima. Lembro do final de O Vento Levou e o ativismo social, velho e bom sangue nas minhas veias que me salva sempre. Será que aquele professor olhou para mim? Investir, quem sabe...

sábado, 13 de dezembro de 2008


Ela é HC Ela era loira Pintou o cabelo pra ser HC Pensou em ser skatista Mais com a perna quebrada Skatista não pode ser Ela tem manias esquisitas As vezes dorme seminua Nunca conclui nada Nunca continua Ela ama usar cueca Odeia a palavra muleca Ela já tentou se matar Ela tentou parar de te amar Ela sonha em conhecer o Rio Grande do Sul tchê! Ela geralmente não te escuta O que? Ela sonha em todas as noites com você Não é exagero Pergunte pra ver Ela é psicótica, depressiva e esquisofrenica Ela sempre sonha que é mãe de sí propria quando era pequena Ela quer ser a mãe de seus filhos se você deixar Ela iria a lua te buscar Ela queria ser da sua idade Mais é dois anos mais velha que você Ela não quer ser pedófila E nem ser presa na primeira vez que te ver Ela pretende fazer faculdade um dia Morar com alguma amiga Ela sonha em te ligar E poder falar tudo o que sente Então passe seu numero E fale com seu jeito meigo:-Entende. Ela sonha que você busque eladaqui Você mora tão longe Ela te tem dentro de sí Ela te ama mais que pode Ela te ama até os ossos. by:julinha! ...Que ama um branquinho do cabelo preto mas ele não tá nem ai pra ela...Ela já o espera há três anos que ele a busque no interior,há uns três anos...mais nada!

Perfil de loucos que visitam o meu orkut. Achei massa esse, não resisti. Compartilhando nessa minha ilha particular, onde posso me masturbar sociologicamente, antropologicamente, politicamente. Arre!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


Há dias que morremos um pouquinho, sem necessidade de suicídio...

PARA O EX DE SUSANA E NOSSO EX QUE MORREU DE AMOR POR OUTRA


Para meu coração basta teu peito
para tua liberdade bastam minhas asas.
Desde minha boca chegará até o céu
o que estava dormindo sobre tua alma.

E em ti a ilusão de cada dia.
Chegas como o sereno às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência
Eternamente em fuga como a onda.

Eu disse que cantavas no vento
como os pinheiros e como os hastes.
Como eles és alta e taciturna.
e intristeces prontamente, como uma viagem.

Acolhedora como um velho caminho.
Te povoa ecos e vozes nostálgicas.
eu despertei e as vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.

Pablo Neruda

RÊ BORDOSA

RÊ BORDOSA
TUDO DE DOIDA!

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Teresina, Nordeste...Piaui, Brazil