A partir dessa postagem, tentarei experimentar minha veia crítica, comentando em crônicas alguns escritos, "fatos sociais". Como socióloga, apaixonada por literatura, principalmente a poesia, professora que sou, usando a ferramenta da palavra e a paixão pelos livros, me arriscarei por aqui resenhar algumas obras, como o faço no meu dia-a-dia com os alunos: uma ponte entre a análise sociológica e a fala social que per passa pela arte, seja ela, a música, a poesia, a pintura, etc.
Então escolhi, sem a licença do poeta, ainda vivo, o catarinense Nilo Neto, amigo e afeto precioso analisar sua poesia a partir do momento virtual, dos verdadeiros livros virtuais que são os blogs. Os poetas de blog que chamo, expressão que não denota nenhum desvalor a tais.
Li vários blogs de poesias, estilos os mais variados, temáticas que vão sempre do amor (como cabe a todo poeta escrever), a violência urbana, política, erotismo, etc. Sou uma apaixonada por "clássicos" da poesia brasileira, cresci lendo Carlos Drumond de Andrade, cheguei mesmo na adolescência a escrever uma carta a ele, não a remeti, com receio que me achasse tola. Quando morreu, pensei que poderia ter em mãos a resposta daquela carta. Me arrependo até hoje. Meu tesão sociológico, como diz o mestre e doutor Francisco Junior, me atiça a excursão pela alma da poesia deste outro poeta. Não gostaria de me arrepender de não tê-la feito um dia.
Acho que aos dezoito ou antes, ganhei um Manuel Bandeira, perdido em mudanças ou emprestado. Aquele que começa assim: "Não abra o meu livro se não tens motivo para chorar", parecido com o Livro de Mágoas de Florbela Espanca. Há vários momentos na poesia de NN, com esta etiqueta-aviso da tristeza, que não nos afasta, e sim nos atraí e marca, como se dividíssimos a dor contida no verso do poeta. Estiloso como poeta triste imprime uma marca, como bom publicitário que é. Second Life quando aborda o tema dos amores virtuais. Amadas que são apenas reflexos num espelho, inatingíveis. Amores reais, na confusão da realidade virtual? Creio eu, uma romântica apaixonada por poesia, que tenha amado a todas elas, musas residentes em várias partes do Brasil. Sua poesia é singela ao tratar desse tema "cibernético", porque consegue "materializar" o virtual, uma nova forma de relacionamento
emocional, amplamente utilizada nessa época pós-namoro na TV e o correio sentimental das revistas de fotonovelas. Há belos versos no blog.
A cultura, o carnaval, Santa Catarina, a ilha, são homenageados pelo poeta além de suas mulheres mentirosas. Que o amor trouxesse sempre doçura, compaixão absoluta, nunca a solidão e a loucura, aos poetas, esses seres iluminados, tradutores da nossa subjetividade, os versos do nosso poeta seriam mais doces. Choveria e faria sol em seu coração, como num semi-árido paradoxal.
REEDITANDO POSTAGEM: A pedido de leitores, obrigada pela "audiência". Um pouco mais da poesia de NN. Infelizmente o blog é privado. Mas deixo o link para negociações com o autor.
E a advertência dele que toda a obra é ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Claro, poeta seu eu lírico tem plena e criativa licença poética.
http://mentirosamulher.blogspot.com
Reeditando postagem: Blog reaberto. Um autor é para ser lido por todos.
Então escolhi, sem a licença do poeta, ainda vivo, o catarinense Nilo Neto, amigo e afeto precioso analisar sua poesia a partir do momento virtual, dos verdadeiros livros virtuais que são os blogs. Os poetas de blog que chamo, expressão que não denota nenhum desvalor a tais.
Li vários blogs de poesias, estilos os mais variados, temáticas que vão sempre do amor (como cabe a todo poeta escrever), a violência urbana, política, erotismo, etc. Sou uma apaixonada por "clássicos" da poesia brasileira, cresci lendo Carlos Drumond de Andrade, cheguei mesmo na adolescência a escrever uma carta a ele, não a remeti, com receio que me achasse tola. Quando morreu, pensei que poderia ter em mãos a resposta daquela carta. Me arrependo até hoje. Meu tesão sociológico, como diz o mestre e doutor Francisco Junior, me atiça a excursão pela alma da poesia deste outro poeta. Não gostaria de me arrepender de não tê-la feito um dia.
Acho que aos dezoito ou antes, ganhei um Manuel Bandeira, perdido em mudanças ou emprestado. Aquele que começa assim: "Não abra o meu livro se não tens motivo para chorar", parecido com o Livro de Mágoas de Florbela Espanca. Há vários momentos na poesia de NN, com esta etiqueta-aviso da tristeza, que não nos afasta, e sim nos atraí e marca, como se dividíssimos a dor contida no verso do poeta. Estiloso como poeta triste imprime uma marca, como bom publicitário que é. Second Life quando aborda o tema dos amores virtuais. Amadas que são apenas reflexos num espelho, inatingíveis. Amores reais, na confusão da realidade virtual? Creio eu, uma romântica apaixonada por poesia, que tenha amado a todas elas, musas residentes em várias partes do Brasil. Sua poesia é singela ao tratar desse tema "cibernético", porque consegue "materializar" o virtual, uma nova forma de relacionamento
emocional, amplamente utilizada nessa época pós-namoro na TV e o correio sentimental das revistas de fotonovelas. Há belos versos no blog.
A cultura, o carnaval, Santa Catarina, a ilha, são homenageados pelo poeta além de suas mulheres mentirosas. Que o amor trouxesse sempre doçura, compaixão absoluta, nunca a solidão e a loucura, aos poetas, esses seres iluminados, tradutores da nossa subjetividade, os versos do nosso poeta seriam mais doces. Choveria e faria sol em seu coração, como num semi-árido paradoxal.
REEDITANDO POSTAGEM: A pedido de leitores, obrigada pela "audiência". Um pouco mais da poesia de NN. Infelizmente o blog é privado. Mas deixo o link para negociações com o autor.
E a advertência dele que toda a obra é ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Claro, poeta seu eu lírico tem plena e criativa licença poética.
"ando seco.
a pena esturricou.
o coração fechado
pra balanço
do barco.
um caco
de telha
sem uso.
intruso,
em meu próprio
castelo de espelhos.
todos os que percebo,
todas as sombras e a base,
são mesmo o fim da escada.
e não me peçam mais nada.
eternos espinhos cravados.
metáforas gastas e pobres.
deixem-me torrar os cobres,
nos sons da poesia alheia.
nessa gente feita de areia.
tudo emancipado e nu.
tudo acidente, sem conexão.
até que chova em meu coração.
Reeditando postagem: Blog reaberto. Um autor é para ser lido por todos.
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