terça-feira, 11 de novembro de 2008


"Como dava beijos lentos, duravam-lhe mais os amores"
Ramón Gómez de la Serna

Onde estás? Fazendo o quê? Pra que queres liberdade irrestrita? Então o moço olhou para a moça e de sopetão, recitou aquele poema do Manuel Bandeira, aquele que o namorado diz que a namorada parece uma louca. A moça gostaria de ouvir outro poema, mais doce. Não ouviu, o tal namorado não estava para poesia. Era um namorado ansioso e angustiado. Ria-se as vezes. Abraçava-a e nesse momento era extremanente gentil. Terminado o amor, dormia, não sem antes beijá-la, beijá-la muito e morder suavemente sua orelha esquerda. Ele sempre mordia a orelha esquerda. Adormecia com sua perna masculina sobre ela. A moça demorava dormir com a proximidade do amado. Não conseguia, era muito forte o amor tardio, o amor que se instala nas mulheres depois do sexo, misto de euforia e ardor, e uma moleza sensual por todo o corpo , o metabolismo pedindo sono, e uma paz inquieta que não deixa.Bem-vinda dor entre as pernas.
O dia amanheceu feliz. O sol estava vermelho como fim de tarde.

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