quarta-feira, 19 de novembro de 2008

HOMENS MATAM, APAGAM SCRÉP E 1% TALVEZ MANDE FLORES




Estamos a quarenta anos de Revolução Sexual no mundo ocidental, contando como auge, o ano de 1968. O movimento feminista e homossexual tiveram considerável contribuição numa mudança de costumes, hábitos sexuais, tolerância a "invenção da diversidade sexual". Mas se nós mulheres passamos setenta anos de luta para conseguirmos votar, queimamos sutians em praças para emancipação total, conquista do mercado de trabalho, direito a creches, lazer, prazer e bem-estar. Infelizmente perdemos uma batalha, que não deveria ser uma luta com números de morte de uma guerra. Morremos, apesar da Lei Maria da Penha, esfaqueadas, baleadas, nossas filhas estupradas. Violência doméstica cotidiana e ainda não punida como deveria. Quem são os homens agressores? E por que nos batem? É preciso ter medo desse amor que mata. E não ter medo de denunciar. Será preciso desencadearmos outro feminismo que ensinará usar também um porrete contra esses covardes? Ou educar nossos filhos para serem homens menos violentos? Que geração acabará a violência contra a mulher?
NÃO ME BATA OU TAMBÉM QUEBRO SUA CARA, CARA!

( Até 10 de novembro de 2008 foram registrados em Teresina 1.352 casos, incluindo vários homicídios com requintes de crueldade. )

domingo, 16 de novembro de 2008

HOJE É FERIADO: DIA DA SAUDADE


Talvez hoje será mais um domingo perdido em crise de amor não correspondido. Trabalho a fazer, filho para cuidar. Domingo de sol. Mas parece que está escuro. Dói, uma dor invisível do pé a cabeça. Susana mandou o marido infiel embora, a amante ligou para casa dela. "O amor é só uma licença poética para o sexo", fala de um personagem canastrão de um filme chileno. Estou delirando! Escrevendo sem nexo. Vou ouvir meus mantras dominicais, reler a arte da felicidade e rezar um pouco. Quem sabe melhore. Ontem ouvi umas músicas antigas do Raul Seixas... [...] "Pedro, aonde você vai também vou. Não me critiques como sou. Cada um de nós é um universo. Mas tudo acaba onde começou."

terça-feira, 11 de novembro de 2008


"Como dava beijos lentos, duravam-lhe mais os amores"
Ramón Gómez de la Serna

Onde estás? Fazendo o quê? Pra que queres liberdade irrestrita? Então o moço olhou para a moça e de sopetão, recitou aquele poema do Manuel Bandeira, aquele que o namorado diz que a namorada parece uma louca. A moça gostaria de ouvir outro poema, mais doce. Não ouviu, o tal namorado não estava para poesia. Era um namorado ansioso e angustiado. Ria-se as vezes. Abraçava-a e nesse momento era extremanente gentil. Terminado o amor, dormia, não sem antes beijá-la, beijá-la muito e morder suavemente sua orelha esquerda. Ele sempre mordia a orelha esquerda. Adormecia com sua perna masculina sobre ela. A moça demorava dormir com a proximidade do amado. Não conseguia, era muito forte o amor tardio, o amor que se instala nas mulheres depois do sexo, misto de euforia e ardor, e uma moleza sensual por todo o corpo , o metabolismo pedindo sono, e uma paz inquieta que não deixa.Bem-vinda dor entre as pernas.
O dia amanheceu feliz. O sol estava vermelho como fim de tarde.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

FELICIDADE


Já não penso em tristezas. O vento que refresca minha terra tão quente, parece entender minha serenidade e querer cantar por mim. Venta por ventar, não anuncia chuva pois a noite está estrelada, apesar da lua não aparecer.
Tenho desejo, como tenho sangue nas veias, ambos são necessários a vida... desejos sem pressa que se cumpram, espero pacientemente como um carrapato. Descobri que os jabutis não são tão calmos como o senso comum acha, são bichos até muito agitados, apressados em esconder-se dentro daquele casco. Sangue, carrapato: que nojo, mulher!
É, a vida continua... com lutas, conquistas, perdas, ganhos. As conquistas e os ganhos são conquistas pessoais, minhas, sem apoio de ninguém. As perdas estão sempre relacionadas com sua interação com os outros.
Meu corpo redondo quarentão está em paz, a cabeça sem culpas. Comprei maquiagem. Nunca usei nada além de um batom. Ficou bom. Cortei o cabelo, ainda acho estranho no espelho. Também arrumei algumas gavetas internas, separei bem algumas emoções. Guardei algumas para a primavera do ano que vem. Suspirei, voltei ao trabalho. Sinto-me completa, plena.

sábado, 1 de novembro de 2008

CANÇÃO





No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas...
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.

Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto

Quando as ondas te carregaram
meu olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.

Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.

E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.


Cecília Meireles

RÊ BORDOSA

RÊ BORDOSA
TUDO DE DOIDA!

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Teresina, Nordeste...Piaui, Brazil