segunda-feira, 25 de agosto de 2008

COMO O FEL COME O MEL







Ou ama-me com ternura, pôrra! Meu coração encheu de agonia, cabeça pertubada... que poder de irritar ou porque alguns homens se irritam por tão pouco, porque temos razão. Tenho medo dessa masculinidade passional, forjada a séculos de opressão machista. A lei Maria da Penha fez aniversário nesse agosto de 2008, um ano, numa quinzena que fiquei bastante abalada com o assassinato da inglesinha de dezessete anos, por um suposto namorado de vinte e dois. A menina foi penicada, não lembro de ler ou ouvir na televisão, o que ele usou, facas, machados? Tantas mortes e fim de sonhos, marcas definitivas na alma como tatuagens infernais.


Um belo homem com cheiro de África, um masai, um guerreiro queniano, altivo, colorido (havia uma faixa vermelha na cabeça), e roupas pretas, no meio da multidão, da música, dos risos... ei-no, ela confundiu -se, primeiro pensou em Exu (nem sempre é negativo), Xangô, pela beleza negra e altivez, finalmente Oxóssi, um dos mais belos orixás, príncipe das matas. Não joga para perder, corre com o vento entre as árvores das florestas, obssecado, mas sem desespero, adia seus desejos. Talvez tenha em seu coração um amor misturado com ódio. Beija doce e o doce corpo provado, quer canibalmente comer, possuir completamente uma vulva apertada, mamar como criança nos maiores seios que já tocou, matar e comer aos pedacinhos... e guardar a alma amada que não o amou, num potinho de vidro transparente. Uma alma que não se arrepende, que não demonstra medo, sem expressão, que não o assombra.
Há outras formas de punir sempre a pessoa amada, pensa, com arrepios, mas sem arrependimentos. Compôs um vídeo, pôs no fundo frases do conto de Bukowski preferido dela. A mulher mais linda da cidade, que não era mais ela, cara e alma desfiguradas, no seu lugar, já tomando seus pensamentos, nessa capacidade que a emoção tem de se refazer brutal ou docemente, ou mascarar-se, uma magra mulher branca de longos cabelos pretos. Ela também tinha no olhar o desamor por ele. Sentia vontade de tatuar todo seu corpo até que ela morresse, bastante colorida.

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RÊ BORDOSA

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