terça-feira, 15 de setembro de 2009

CARTAS AO CORONEL


Via e ouvia, mas não acreditava. Negava-se. Quantos anos estão juntos nessa relação de corpos separados. Juntos por tesão, por ocasião. Quando a outra viaja, vai para casa de parentes, cansada carregando malas e filhos. Sempre sentiu uma certa pena desta mulher comum e inveja do seu sorriso comum e prazeiroso, de quem nem imagina o que seja o aquecimento global, crise financeira mundial, globalização da economia. A mulher comum nem sequer entende de cinema.

Quantas vezes o deixou por causa dela, a do sorriso fácil. Nas duas vezes que engravidara. E agora estava ali, vivendo enredo de novela. O segundo filho não era dele? Comentários? Verdade ou mentira.

Doia um pouco. Uma dorzinha incômoda entre agradáveis lembranças de carinho.

Setembro faz muito calor, dezembro chegará logo. Ela, calma e soturna planeja uma viagem distante. Será bom. Imagina, guardando dor e lembranças nas malas novas para viagem.

RÊ BORDOSA

RÊ BORDOSA
TUDO DE DOIDA!

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