segunda-feira, 27 de abril de 2009

DESENCANTO


Depois dos quarenta e uns algumas coisas perdem o sentido. E outras vão se significando. Minha filha me acha gorda e diz que não quer ter peitos grandes, acha feio. Imagina, o preço dum peito do tamanho do meu. Criança! Mostro a ela fotos dos meus vinte e poucos, da gravidez e depois de ter parido e ser uma mulher comum. Não sou atriz de novelas, elas precisam investir na aparência, para continuarem a manter papéis de protagonistas. Eu não sou nem a amiga da amiga da mocinha.

No máximo uma aparência saudável e um jeito de mulher fogosa já me é suficiente. Mesmo que a parte do "fogosa" seja meio representação. Mas se colar, colou.

Quanto a leitura, tenho a impressão que já li tudo que se diz científico na área das ciências humanas. Talvez precise voltar a literatura. Acho que não li Clarice Lispector o suficiente para dizer que a conheço e alguns clássicos russos que sempre fiquei adiando. Quem sabe a Antropologia, principalmente das religiões. É um interesse antigo.

Incrível como não consigo aceitar novos namorados, continuo namorando sem está enamorada, antigos namorados, apenas por confiança. Porque já os conheço, suas qualidades e fraquezas e principalmente porque eles vivem na segurança do amor de outras mulheres. Isso me deixa tranquila. Não tenho tempo mesmo e nem muita saúde.

Caramba... depois desse parágrafo, descobri urgente que preciso relaxar, ler urgente as supersoluções do divã da revista Cláudia. Nada me resta.

RÊ BORDOSA

RÊ BORDOSA
TUDO DE DOIDA!

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